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Sexta-feira, 16 de Maio de 2008

EXCERTOS DA PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS SURREAL NO ÂMBITO DA SUA PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO LITERÁRIO 2008

                                                                                      II

 

Já em casa da Guida…
- Ei! Mano… Aquela coisa deve estar prestes a explodir! Olha! Não pára de deitar folhas cá para fora! Acho que é melhor fugirmos. Vá vá! Despacha-te e depressa!
- O que é que estás para aí a dizer, Guida?
- Fala menos e voa depressa! Não sei a quem sais assim tão molengão. – Refilou a sua irmã.
- Oh sua completa ignorante… – Murmurou Pedro baixinho.
- Ainda vamos aparecer aos anjinhos todos esturricados…
E Pedro, travando agilmente todos os movimentos bruscos da sua irmã, responde-lhe num tom de voz seguro e determinado:
- Tem calma! Tu não vês que “aquela coisa” como tu lhe chamas, é uma máquina que vai imprimir o meu trabalho? Sim, sim! Uma impressora que escreve no papel aquilo que digitei no computador.
- Hum… – Murmurou a abelhita com um ar de desconfiança. – Tens a certeza, ou já andaste outra vez a beber com os teus amigos? Bem, não deves gozar comigo. – Retorquiu a sua irmã.
- Maninha, tem calma. Não andei nada a fazer essas coisas irresponsáveis, que disparate é esse? – Perguntou indignado com Guida. Depois, respirou fundo e continuou: - Eu não estou a gozar contigo. Aquilo é mesmo uma impressora. Aquele explodir de folhas é o seu processo normal de funcionamento. – Concluiu Pedro.
- Ai é? – Perguntou a abelha curiosa.
- Sim. Então como justificavas o facto de eu estar a realizar o trabalho no computador, com tanto esforço, se eu depois não o pudesse pôr em papel? – Pedro.
- Pois mano, tens razão. Tens de me desculpar. Já tenho uma idade avançada e uma memória fraca. Aquilo que hoje faço é somente porque o sinto, e não por saber como se faz.
- Não te ponhas com essas lamechices! – Brincou Pedro. – Tu não és nada velha! Tens apenas mais dez anos que eu, e já te consideras velha? Tu és uma das abelhas-mestras mais lindas que eu conheço! Tens umas asas perfeitas e uns olhos pequenos que demonstram o interior da tua alma. Para além disso, tens um sorriso puro e sincero que irradia alegria. Que queres mais? Não te contentas assim? – Com estas palavras tentou acalmar a melancolia que sua irmã sentira.
- Queria ter ainda mais forças para poder comandar toda a nossa comunidade. O pai e a mãe já estão velhinhos, e o nosso irmão Rodrigo anda sempre atarefado com as suas namoradas. Esse nunca tem tempo para nos ajudar. – Agora notava-se uma profunda tristeza por parte da abelhita. Sempre fora uma abelha encantadora e enérgica. Foi ela que apoiou os seus pais na reconstrução da colmeia. Os seus pais já estavam cansados de tanto trabalhar e queriam desistir de tudo. Mas Margarida não deixou. Sabia que aquele era o sonho mais lindo dos pais: a comunidade de abelhas que tinham construído ao longo de tantos anos de trabalho. Então, a abelha, na sua pura adolescência, deitou mãos à obra e começou a trabalhar tudo desde o início. Chamou os seus amigos, para que, todos juntos, pudessem trazer, mais depressa, vida àquela comunidade. Uns acartavam tijolos e cimento, outros transportavam a madeira, e os restantes tentavam ocupar-se dos materiais secundários, como a cola, a tinta, os pincéis e o papel. Agora, Margarida recordara todo o seu trabalho passado. Já passaram vinte anos desde esse dia. Apesar de todo o sacrifício por que passara, pois nem tudo fora motivo de alegria para a pequena abelhita, de uma coisa tinha a certeza: trouxera uma nova vida a seus pais. Trouxera, talvez, a mais linda razão de viver.
Enquanto Guida se perdia nos seus pensamentos, Pedro fê-la regressar à terra e disse-lhe:
- Oh Margarida! Tu já reparaste que és um dos membros fundamentais da nossa colmeia? Tu é que comandas tudo! Sem ti, a nossa colmeia era como uma fonte seca, sem água. Nunca te deste conta disso maninha? – Concluiu Pedro com um tom amoroso.
E sem conseguir dizer uma única palavra, a irmã abraça-o numa manifestação de puro e verdadeiro amor. Isto sim, autêntico amor de irmão. E enquanto os dois manos, já recompostos daquele momento mais sensível, faziam uma nova lista de tarefas a realizar na colmeia, durante toda a Primavera, a borboleta Maria já se deitara ao sol a praticar uma das suas actividades quotidianas.

 


Sinto-me: UMA POETISA DE RENOME ...
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Publicado por $urrealHumanity às 15:29
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