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Sábado, 17 de Maio de 2008

EXCERTOS DA PRODUÇÃO LITERÁRIA DOS SURREAL NO ÂMBITO DA SUA PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO LITERÁRIO 2008

 III 

 

- Já estou quase a terminar o meu livro… – Murmurou a pequena Maria para si própria. – Realmente não há nada como uma boa leitura para relaxar um pouco… – E com esta última frase, a borboleta soltara um suspiro longo, mas ao mesmo tempo distante. Fechou o livro, quase como um gesto involuntário, retirou da sua carteira os óculos de sol e um chocolate. À medida que ia saboreando o doce, ia reflectindo sobre a beleza da Mãe-Natureza. Aquele céu limpo e azul celeste, onde se podiam formar desenhos através das nuvens brancas que pareciam algodão doce, aquelas lindas árvores, únicas e concretas, que nascem somente para nos fazer viver, absorvendo o ar poluído, e libertando o ar de que precisamos: o oxigénio.
- Como são importantes as árvores! Como é importante toda a Natureza! – Exclamou a borboleta.
E a borboleta tinha toda a razão. É todo o meio ambiente que nos faz vivenciar bons momentos. O simples facto de passearmos à beira-mar, de fazermos um piquenique com a nossa família ou com os nossos amigos, ou até de apanhar banhos de sol como a pequena borboleta, ajuda-nos a superar alguns medos ou receios que possamos ter. Sentimo-nos mais nós próprios estando em contacto com a Mãe-Natureza. Esses momentos de repleta alegria dão-nos força para continuar a lutar por um mundo melhor, mesmo quando a vida não o permitir. E, às vezes, é nesses locais mais simples e naturais que a nossa vida pode mudar por completo…
Ainda infiltrada nos seus mais livres pensamentos, Maria começa a ouvir ruídos estranhos. Assustou-se.
- Então tu aí, não tens um pouquinho de chocolate para mim? – Ouviu-se uma voz robusta por de trás dos grandes arbustos.
- Quem está aí? És tu gatarrão feio? – Perguntou Maria.
- Se me voltas a chamar feio, além de comer o teu chocolate, arranco-te as asas com uma só patada! – Respondeu o gatarrão.
- Ahahahah! Isso era preciso apanhares-me! Tu não vês que eu voo muito mais depressa do que tu corres? E não te esqueças que eu chego a alturas que tu não chegas, mesmo sendo corpulento como és.
- Anda cá que eu já te apanho! Vou fazer de ti o meu lanche… Ahahaha!
E a pequena Maria, voou rumo ao céu, o mais depressa que conseguiu. Escondeu-se atrás de um ramo de uma árvore.
- Ei! Maria! Que estás por aqui a fazer? Não te costumo ver por estes lados… – Era o piar muito baixinho do pássaro Sete-Cores. Era assim conhecido porque tinha uma penugem farta e lustrosa com as sete cores do Arco-Íris.
- Xiuu! Não fales de tão alto que o Patas ainda descobre onde estou! – Replicou Maria muito assustada.
- Não descobre nada! Não te esqueças que estamos a muitos metros do chão Dona Maria! – Brincou o passarinho.
- E tu não te esqueças, Sr. Sete-Cores, que os gatos ouvem muito bem e ainda caçam melhor!
- Bem, lá isso é verdade. – Disse o passarinho assustado com aquela frase. Por momentos, tinha-se esquecido que os gatos possuem duas excelentes qualidades: a audição e a caça.
- Até parece que não sabes como é o Patas! – Disse a pequenita a tremelicar.
- O Patas! Uhhh… – A voz do pequeno Sete-Cores estremeceu tanto que parecia que um carro lhe tinha passado por cima. Em seguida, suspirou calmamente, e com os olhos cheios de lágrimas, confessou à sua amiga:
- Ele já andou atrás de mim tantas vezes para me comer… Quando vejo aquelas patas fortes, aquelas unhas afiadas e aquele corpanzil robusto e altivo, o meu coraçãozinho deixa de bater.
Então Maria, sempre doce e pronta a ajudar quem mais precisa, tomou-o em suas asas e abraçou-o o mais que pôde. Abraçou-o com todo o calor da sua amizade e do seu coração, e disse-lhe:
- Meu amigo pequenino, na vida existem pessoas boas e menos boas. O Patas é um gatarrão feio que anda atrás dos bichinhos mais frágeis e indefesos como nós para conseguir sobreviver. Sabes, ele não tem culpa. Por exemplo, nós também temos que caçar animaizinhos mais pequenos! Os pobrezinhos não têm culpa nenhuma, mas nós também não! Se não nos alimentássemos, como conseguiríamos viver? – Maria lançou o desafio ao seu amigo. Então o passarinho, um pouco mais calmo, limpou as lágrimas com a sua frágil e tenra patita, e respondeu à borboleta:
- Mas existem tantos passarinhos por aqui, e ele só me quer a mim. Diz que sou o mais apetitoso… – Lamentou-se o passarito.
- Sabes Sete-Cores, temos de aprender a lidar com aqueles que não gostam tanto de nós. Temos de aprender, também, a conviver com aqueles que não querem o nosso bem. Sabes uma coisa? – Perguntou Maria ao seu inocente amigo. Mas, sem o deixar começar a frase, continuou logo de seguida: - Sabes que o Patas demonstra aquilo que sente? Ele sente que te quer comer, e corre logo atrás de ti. Ele sente que tem de continuar a correr velozmente para te apanhar, e não desiste dessa meta. Nem que, para isso, tenha de passar pelo mesmo lugar vezes sem conta.
- Pois… – Replicou o pequenito. Mas a borboleta continuou:
- Ao menos ele é comandado pelos seus instintos. Não demonstra o que não sente. Já viste passarinho, a frontalidade e a sinceridade são qualidades dos gatos. E são duas das características mais bonitas dos humanos.
O passarinho, ainda com um ar de completa lamentação, justificou-se:
- Mas isso não me ajuda em nada amiga.
- Ajuda sim! Ao menos sabes as verdadeiras intenções de quem te rodeia.
E sem deixar concluir a frase, o passarinho interveio:
- Sabes que prezo muito essas qualidades. Ainda há pouco pensava como os gatos são bons a ouvir e a caçar, e agora já sei mais duas qualidades deles. Sabes Maria, agora já sei outra coisa…
- Então Sete-Cores, queres dizer-me o que é?
E o passarinho em tom de confidência, com um olhar meigo e ao mesmo tempo triste, sussurrou à sua amiga:
- Agora já sei porque ele é grande e porque anda atrás de mim. Afinal tem muitas mais qualidades do que eu. – E ao fim desta frase, Sete-Cores sentou-se num raminho da árvore a chorar.
Maria sentiu-se agoniada por ver o seu grande amigo naquele estado. Porém, havia qualquer coisa que a aliviava. Depressa descobriu o que era: viu que o seu protegido começara, então, a crescer interiormente. Depois disse-lhe:
- Eu também sei uma coisa e vou partilhá-la contigo. – Maria notou um brilho no olhar do seu amigo. – Sabes qual é o segredo para teres muitas qualidades? É o mesmo segredo para continuares a acreditar que és capaz de vencer as lutas constantes e, assim, seres tu próprio.


- Qual é esse segredo Maria?
Ao ouvir as suas palavras de curiosidade e interesse, a borboleta voou até aos ouvidos do pequenino pássaro. Então, num tom maternal, revelou-lhe qual o segredo para nunca deixar de sonhar.

Sinto-me: UMA POETISA DE RENOME ...
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Publicado por $urrealHumanity às 15:31
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