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POST Nº 250 DOS SURREAL, BEM REAL !
Cumprimentos cordiais e amigos à Blogosfera CCC,
concorde-se, ou não, com as premissas estruturais do Tratado de Lisboa, já, ratificado por unanimidade, em Dezembro último, algo que nos parece evidente : uma vasta franja de cidadãos europeus deseja, pelo menos, poder pronunciar-se sobre esta matéria tão delicada ; naturalmente, por intermédio de uma séria e, verdadeiramente, democrática, consulta popular, alicerçada na promoção de um espaço público de debate esclarecedor e profícuo, que deixe aos cidadãos a "batata quente" da sua co-responsabilidade cívica.
Somos acérrimos defensores de um Referendo, sem margem para dúvidas ; todavia, somos daqueles que preconizam uma consulta popular realizada, em simultâneo, nos vinte e sete Estados-Membros, no clássico regime de maior qualificada de dois terços.
Estamos, ainda, à procura de um novo paradigma geopolítico, específico e inovador, para o futuro da Europa, adaptável à pós-modernidade e à globalização em curso, que seja capaz de fazer emergir a figura do Novo Sujeito - aquele de que nos fala o conceituado Alain Tourraine.
Estamos de pleno acordo com Dominique Wolton, quando afirma, peremptoriamente, que "a Europa precisa de uma utopia política". Não seríamos capazes de o dizer melhor, por outras palavras.
Neste quadro a emergir no decurso das próximas décadas, sob pena da morte anunciada do sonho de Jean Monnet et al, urge começar a delinear os contornos desse novo formato orgânico, desde logo, pela via ontológica : repense-se, serenamente, o conceito de nação, procurando conferir-lhe um sentido mais amplo.
A construção da premente identidade europeia exige, pois, que assim procedamos ; efectivamente, a União tem de, uma vez por todas, falar a uma só voz e passar a ter a coragem de pôr termo, em definitivo, às divergências do passado.
Olhemos para a frente, de mãos dadas, juntos, na certeza de que tal projecto, único nos anais da História Universal, vaticinado pelas frases de Von Schiller, - sublimemente musificadas por Beethoven, na últimas das suas sinfonias - mesmo que imerso em tons neoliberais, vingará, depois, graças à profundidade axiológica do incomensurável património europeu envolvido.
De modo que valerá a pena, em espírito de concertação, aproveitar os vários programas em curso, mormente, o INTERREG e o ERASMUS - isto só para citar dois exemplos concretos.
Teimar em protelar este sucedâneo histórico poderá implicar, anos mais tarde, o fazer pagar, às gerações vindouras, uma factura demasiado elevada ; a este nível, tememos, e falamos da realidade regional onde vivemos, que os jovens possam não estar devidamente preparados, caso venham a ser confrontados com este íngreme cenário societal.
Daí, ser, extremamente, importante um outro tipo de vivência quotidiana europeia. Os obstáculos do tempo e do espaço - dois termos caros ao filósofo de Konisberg, o último dos fideístas -, depois de derrubadas as barricadas fronteiriças, desejam, ardentemente, ser desbravados ; por isso, pedem aos cânones da macroeconomia vigente, para se alicerçar, na bengala das novas tecnologias da informação e da comunicação.
Cabe aos próprios representantes eleitos o dever de, também eles e, acima de tudo, eles, terem essa "sensibilidade espacial" : a sua proximidade só fará com que a grandeza da democracia possa emergir à superfície da realidade europeia ; neste particular, atrever-nos-íamos a dizer, que até os próprios trâmites do processo electivo carecem de este tipo de contacto mais íntimo com as populações.
Para revitalizar a política, não poderemos deixar de considerar a dimensão ética e moral, na esteira dos conselhos sensatos de André Comte-Sponville. Se negligenciarmos esta dimensão, tememos que o resultado possa vira a ser desastroso, para os múltiplos interesses do tecido social em questão. A emenda pode sair-nos muito pior que o próprio soneto. Por isso, tenhamos cuidados redobrados.
Para finalizar esta nossa intervenção de hoje, acrescentaríamos, tão somente, um derradeiro apontamento final, quiçá, gerador de alguma polémica : a democracia tem de enveredar por um modelo hierárquico social que, independentemente do seu organigrama formal, assente numa escala ascensional meritocrática. Isto, a começar pelas próprias bases da militância político-partidária e das chorudas pensões de reforma a auferir. Caros amigos, as diferenças salariais e de classe, têm de ser suavizadas, o quanto antes, com a ajuda de um tempero humanitário claro.
Por isso, defendemos, convicta e veementemente, que deve ser definido um perfil apropriado de candidato a determinado tipo de lugares : falamos, como é evidente, de um currículo académico especilalizado, de uma comprovada idoneidade e vaga de sucesso no desempenho da sua profissão de eleição - nos meandros para-políticos - e de outros pré-requisitos essenciais. Reunidas essas condições, o povo poderá, então, sufragar os candidatos na corrida aos respectivos cargos.
Democraticamente polémico, talvez.
Não obstante, sentimos que não devemos temer as elites, desde que o pano de fundo legislativo e constitucional sejam devidamente, acautelado, nas suas componentes ética e deontológica.
Não sabemos se valerá a pena pensarem nisto ...
Sejam europeus, por favor. Construam algo de bonito ...
Da nossa parte, SurrealHumanity, nós cá estaremos para vos ajudar...
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