. TERRAS PARA NÃO MAIS CULT...
A METADE DOS TERRENOS PARA CULTIVO,
Á ESCALA PLANETÁRIA, ENCONTRA-SE, PRATICAMENTE, DEGRADADA …
Como é do conhecimento público – todavia, não será, demais, lembrá-lo -, um terreno considera-se degradado, logo que, perca uma parte das suas funcionalidades habituais, como sejam, a de continuara a garantir a alimentação das plantas, a de filtrar as águas, ou ainda, a de albergar uma boa biodiversidade.
Segundo os dados divulgados pela Millennium Ecosystem Assessment, em 2005, o fenómeno de degradação dos solos atinge valores alarmantes, e não é para menos. Estamos a falar em, cerca de, metade de toda a área de cultivo, dispersa por todo o globo.
E, como não poderia deixar de ser, mais uma vez, as quatro grande formas de degradação, já identificados pelos estudos efectuados, comprovam aquilo que se esperava : envolvem, para mal dos nossos pecados, a intervenção localizada do homem.
Desde logo, a primeira das razões apontadas é a erosão hídrica, em grande parte, desencadeada pela intensa exploração agrícola, passível de se considerar como a principal responsável pelo impedimento da penetração, em condições óptimas ou muito próximo, das águas nos ditos terrenos.
No caso específica da erosão eólica, é sob o efeito do vento que se viabiliza o desgaste acentuada dos solos. Neste âmbito, contudo, as grandes planícies dos Estados Unidos da América e os planaltos do Norte da China acabam por ser as regiões mais afectadas ; pelo menos, em grande escala.
Um terceiro factor envolvido tem a ver com a composição química dos terrenos para cultivo, agravadas pela absorção desmesurada de minerais, ou provocado por dejectos e poluentes deixados ao mais profundo abandono.
Um quatro motivo prende-se com reincidentes terraplanagem, algumas vezes, em complexo efeito borboleta, à custa de pesados engenhos que, aos poucos, vão danificando a natural “textura” destes solos – neste caso, contribuindo, largamente, para que as raízes inculcadas se desenvolvam em condições deficitárias.
Acresce a tudo isto, o cada vez mais premente problema da desertificação das florestas, seja ele, motivado por incêndios florestais de grandes proporções, seja por mera interesseira “agrimensura bolsista”. A verdade é que, ano trás ano, milhares de hectares de floresta teimam em continuar a desaparecer, com a agravante da contribuição para o aumento das emissões de dióxido carbono – já, por nós, comentadas num dos nossos recentes posts, numa interessante entrevista de Filipe Duarte Dias.
Por mais triste que seja, não se pode escamotear este cenário, aliás, ainda mais preocupante, para os países em vias de desenvolvimento, com os óbvios atrasos técnicos e financeiros a que, por vezes, se acrescenta uma elevadíssima densidade populacional.
Mesmo que Roland Poss, investigador do Institut de Recherche pour le Développement, e cumulativamente, Presidente da Association Française pour l´Étude du Sol, fale em “espiral de degradação” - e, enquanto, europeístas convictos que somos -, deveremos tentar manter a serenidade e algum optimismo, pelo meio desta cinza com poucos tons de verde, e acreditar que a Directiva para os Solos, emitida, em Setembro de 2006, pela Comissão Europeia, de então, nos possa vir a trazer algumas agradáveis surpresas …
Fontes Creditadas Consultadas :
Le Monde Diplomatique, “L´Atlas environnement – Analyses et solutions, Hors-série”, pp 16 - 17
Millennium Ecosystem Assessment, 2005
GLASOD, ISRIC-UNEP, 1990
Global Resource
Information Database Europe : www.grid.unep.ch
Institut de Recherche pour
le Développement : www.ird.fr
Organização das Nações Unidas
para a alimentação e agricultura,
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