Surreal+Humanity

     “O fenómeno é conhecido, sobretudo, na Argentina e na Venezuela. Mas, em Espanha, Itália ou França, também, há milhares de trabalhadores a recuperar e reactivar as suas empresas em falência. Em vez de se deixarem reduzir ao desemprego, preferem relançar, colectivamente, essas empresas como cooperativas. Numa altura em que os governos da União Europeia parecem incapazes de proteger ou criar empregos, porque não os encorajam? ”

     Como exemplo de referência, podemos trazer à baila o caso paradigmático da Cooperativa catalã “Mol-Matric”, que ocupa, hoje, a cinco mil metros quadrados, na zona industrial de Barbera del Valles, e dispõe, já, de um volume anula de negócios, a rondar os cinco milhões de euros. Imagine-se bem …~

     A filosofia deste tipo de cooperativas dá que pensar, não acham ? Fazer do capital humano – um dos pregões mais badalados pelos cânones da gestão – um meio financeiro ao serviço do projecto colectivo, no seu todo, e não o inverso !

     Pondo de parte, por uns instantes, a miraculosa solução dinamarquesa da flexisegurança, será tão difícil, assim, arriscar uma abordagem mais latinizada da questão ?

Os SurrealHumanity questionam-se quanto à sustentabilidade e viabilidade deste tipo de solução social inteligente, em algumas das nossas regiões, sobretudo, dirigido às mais desfavorecidas e desprotegidas em termo de apoios efectivos …

     In “Le Monde Diplomatique – edição portuguesa”, nº 14, II Série, Dezembro 2007, Artigo “Uma outra Europa : a das empresas “recuperadas”,por Cécile Raimbeau, pp 6-7